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Pequenos donos, Grandes responsabilidades
Pequenos donos, Grandes responsabilidades

 faz décadas que virou anedota a história da jovem mãe toda preocupada dizendo ao pediatra "Ah, doutor, quando é que preciso começar a educar meu filho?" O pediatra perguntou: "Que idade ele tem?" "Três meses!" Então o pediatra suavemente fulminou: "Pois bem, a senhora já está três meses atrasada!" É isso mesmo, torce-se o pepino logo que ele, menos que pequenino, já esteja grande bastante para ser torcido.

E nunca é demais lembrar que a educação de nossos pimpolhos e pimpolhas, além de começar cedo, começa em casa. O ideal é que as crianças já comecem a frequentar a escola sabendo ler e escrever um pouco, tenham alguma consciência de que na casa de amigos e parentes as tomadas elétricas também fazem um baita de um dodói se enfiarmos tesoura ou objeto de metal, vão às primeiras festinhas com alguma noção de que bolo é comida e não arma de guerra e... saibam desde cedo que cães são grandes amigos e, como todo grande amigo, devem ser respeitados e bem tratados.

Sendo mais um "filho", o cão deve receber a mesma educação e atenção de nosso filhos sem aspas, e cães e crianças devem ser educados juntos. Por exemplo, ao mesmo tempo que ensinamos o cão a não comer nem mordiscar o que não deve, devemos ensinar a criança a não deixar seus brinquedos, livros etc. à solta por aí, não só para evitar bagunça, mas também para que o cão não se sinta tentado a sair comendo ou mordiscando o que não deve.

Na última matéria sobre cachorros no Yahoo! Brasil, falamos de nossa amiga Melanie, dez anos de idade, dona de uma gatinha vira-lata e dois Golden Retrievers. "Melanie sempre fica me lembrando de comprar a ração e limpar a sujeira dos cães, e quando eu vou à pet shop ela sempre quer comprar um petisco para eles", diz sua mãe, a jornalista e musicista Rosa Freitag. E, já que lembrei que a educação começa em casa, não vejo nada errado em dar um exemplo de casa, chamando à cena meu filho Ivo, sete anos de idade, "irmão" de seis gatos e "pai" de Mila e Fredy, respectivamente uma vira-lata abandonada na rua (exatamente como aconteceu com o vira-lata atrapalhado Romeu daquele filme, mas isso já é outra matéria) e um "genérico" de Dálmata, que ele e a mãe escolheram num canil. Um dos gatos (Tigrinho, que devido à gordura é também chamado de "Lesmão" e "nosso Garfield") pegou uma alergia que faz um de seus olhos lacrimejar, e adivinhem o que acabou acontecendo. Mal completou seis anos de idade, Ivo veio me dizer: "Viu, pai, eu peguei papel higiênico e limpei o olhinho do Lesmão". Isso mesmo, ele resolveu seguir por conta própria o bom exemplo do que viu os adultos fazendo.

Ivo é também bastante cuidadoso com seus "filhos" caninos, ajudando a dar-lhes banho, trazer da pet shop pacotes de ração (de tamanho que ele possa carregar, claro) e, principalmente, enchendo-os de carinho, especialmente Mila, sua grande companheira, que ele define como "louca e nervosinha", tão fã de brincadeiras agitadas quanto ele.

Um dos maiores prazeres de Ivo é sair com Mila e Fredy a passeio, obviamente junto com o pai e/ou a mãe. Detalhe: às vezes ele pede para que o deixemos conduzir Fredy, mas delicadamente o impedimos, pois Ivo, embora já suficientemente responsável, ainda não é grande o bastante para impedir que de repente Fredy escape em disparada pelas ruas.

Já afirmei neste espaço sobre o cão ter inteligência comparável a uma criança pequena. Não é à toa, portanto, que cães e crianças se dêem tão bem. Afirmei também que devemos cuidar dos cães como cuidamos das pessoas. Daí que, orientando as crianças a tratarem os amigos caninos como muito mais que simples "brinquedos", ambos se tornarão amigos ainda melhores!

Fonte: Ayrton Mugnaini Jr./ Especial para o Yahoo! Brasil